quarta-feira, 17 de maio de 2017

Uma aula invertida?


Já parou para contar quantas vezes nos distraímos durante uma aula? Já sentiu vontade de “voltar” a fala de um professor? O que você faz quando não consegue acompanhar ou anotar o conteúdo?
É muito comum ver estudantes fotografando a lousa, gravando as aulas com seus celulares ou pedindo para o professor enviar os slides por email. Tudo para registrar informações, aprofundar os estudos em casa ou ter algo para se basear em caso de dúvidas.
Mas o que aconteceria se o professor enviasse toda a matéria antes da aula? Você iria para escola mesmo assim?

Um pouco de história...
Tudo começou porque os professores Jonathan Bergman e Aaron Sams perceberam que os jovens com baixa frequência escolar tinham dificuldade para acompanhar os colegas. Quando começaram a gravar suas aulas e disponibilizar online, até os estudantes que não tinham faltado usavam o conteúdo para tirar dúvidas e estudar para as provas.
Depois de um tempo, os professores mudaram a estratégia e passaram a gravar aulas para os estudantes assistirem em suas casas e durante o encontro presencial aproveitavam para fazer outras atividades. Essa ideia gerou tantas experiências positivas que, em 2007, decidiram escrever um livro: Sala De Aula Invertida - Uma Metodologia Ativa De Aprendizagem.

Para que inverter a aula?
Se toda a aula estará disponível, para que ir até a escola ver o professor?
·         Primeiro, porque nem todo conteúdo precisa ou pode ser invertido. Depende do professor, da matéria que ele leciona e de quais tópicos ele pensa que funcionariam bem online. Há diferentes suportes que podem ser sugeridos ou, melhor ainda, criados pelo professor: textos, slides, áudios, vídeos de conteúdo, documentários, etc.
·         Apesar de pesquisas comprovarem que as pessoas não aproveitam 100% da aula presencial, ela continua sendo importante para o processo de aprendizagem. Com a aula invertida o estudante pode ler, ouvir ou assistir quantas vezes quiser, pausar, voltar e revisar os conteúdos para a prova. Na escola ele conversa sobre o que aprendeu e sobre o que não entendeu.
·         Tirar dúvidas com o acompanhamento do professor é o terceiro e principal motivo de inverter a aula, pois é ao fazer os exercícios que o estudante percebe o quanto assimilou da matéria.

Então eu vou aprender em casa e fazer a tarefa na escola?
Mais ou menos isso. A aula invertida não deve ser pensada como um substituto para o professor nem entendida como uma ferramenta que deixará os jovens trabalharem sem orientação. Seu principal objetivo é a mudança de hábitos.
O estudante deixa a passividade de lado e passa a se inteirar, se preparar para a atividade em sala que pode ou não contar como nota para a média final. É através da realização de exercícios, seminários, trabalhos em grupo ou projetos de pesquisa que o papel do professor deixa de ser o de ensinar como pensar e passa a ser o de ensinar os estudantes a pensarem por si mesmos.
O importante passa a ser analisar situações e debater temas de forma mais aprofundada. O encontro presencial é para estudantes e professores construírem conhecimento juntos, respeitarem suas diferenças, valorizarem as necessidades uns dos outros e aquilo que já sabem.

Vamos começar? 

Tatiana Arantes

4 comentários:

  1. Show!! Ótimo trabalho!!! Parabéns!!!

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  2. Gosto desse método, claro que o professor deve explicar a matéria na sala de aula mas quando o aluno já recebeu o material necessário ele vai para a aula mais preparado.

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    1. Exatamente, devemos sempre explicar mas achamos muito importante que eles possam ter outras formas aprender e não ficar totalmente no escuro quanto a matéria. :)

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